1. Partindo da metáfora teatral, constrói os seguintes conceitos da sociologia goffmaniana:
a) representação;
É o ato de representar, de desempenhar papéis que os atores têm como função.
b) personagem;
As personagens são papeis representas pelos actores que encarnam essas figuras.
c) actor;
É o indivíduo que irá representar/socializar, aquele que exprime-se ao criar uma personagem.
d) cena;
Espaço onde é apresentada a interação, onde é realizada a socialização.
e) máscara;
Quando estamos a falar de máscaras no sentido da metáfora teatral estamos a referir como uma pessoa representa vários "papeis" diferentes consoante a pessoa a que se dirige, como normalmente associamos às pessoas "falsas" e "cínicas", que são simpáticas à tua frente, mas nas tuas costas falam mal de ti.
f) papel;
Como o próprio nome indica, é o papel que cada um tem na sociedade, mostrando uma determinada atitude e um determinado comportamento que este deseja.
g) fachada;
É o conjunto de elementos que permite ao "publico" identificar uma situação numa determinada cena.
h) cenário/palco;
Representa o lugar onde se realiza a interação de duas ou mais pessoas.
i) bastidores. Os bastidores são onde temos a nossa privacidade, onde não temos qualquer interação com o "público", ou seja, com o resto das pessoas.
2. Em Goffman abunda o espaço cénico, mas é menosprezado o tempo histórico das interacções:
Incorporando o espaço amplamente em sua reflexão teórica sobre as interações, o autor abre a possibilidade de questionarmos a abrangência teórica de sua abordagem. Suas concepções seriam aplicáveis apenas ao "nosso mundo urbano secular" (Goffman, [1956] 1967, p. 47)? Mas o que dizer dos dados etnográficos provindos de contextos sócio-históricos diferenciados, não apenas ocidentais? http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092008000300014
Aponta motivos para a Sociologia sentir necessidade de construir outros instrumentos conceptuais que expliquem os factos sociais.
O primeiro motivo surge pelo facto do modelo Goffman estar associado á sociedade ocidental, anglo-americana e essa é razão o que faz com que essa teoria seja insuficiente bem definida para explicar as outras sociedades do oriente. O segundo motivo é que Goffman ignora alguns valores, contextos culturais.
3. No quotidiano, nas interacções de face-a-face, o nosso corpo desempenha um papel crucial na forma como nos relacionamos com os outros. Um palco com, importância especial para cuidarmos do corpo é o consultório.
Como «regulador» da interacção [na consulta médica] há conjuntos de regras sociais, ou rituais, que são seguidos pelos indivíduos e que por eles foram interiorizados, a maior parte das vezes sem terem disso consciência. E porque todos os indivíduos representam em diferentes palcos durante a sua vida, desempenhando em cada palco diferentes papéis, somos orientados por diferentes regras que nos dizem como devemos actuar conforme as diferentes situações sociais em que nos situamos, segundo o nosso género, idade, cultura, profissão, etc.
Mas esta afirmação faz então prever que os actores que se encontram em palco «falam» a mesma linguagem,senão seria uma representação do absurdo, dononsense, não se poderia chamar a esse encontro uma interacção.
A consulta médica e as estratégias de negociação de um corpo saudável
Justifica porque se afirma que «gostar e ter confiança no seu médico equivale a meia cura».
Gostar e ter confiança no médico equivale a meia cura, porque temos mais abertura em falar sobre a nossa vida quotidiana para que o médico tenha hipóteses de descobrir que doença é, de onde pode ter vindo e a melhor cura para ela.